Acerca de mim

A minha foto
- Licenciada em Psicologia pelo Instituto Superior Miguel Torga - Especialidade em Intervenção Psicológica em Crise, emergência e Catástrofe pela Contemporânea - Terapeuta Certificada em EMDR, pelo EMDR Institute (EUA) e pela EMDRIA - Terapeuta de Braispotting - Associada na Associação Portuguesa de EMDR - Membro Efectivo na Ordem dos Psicólogos com Cédula Profissional nº8638

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

EMDR e o Caminho para a descoberta...

A maioria dos traumas que chegam aos consultórios são situações e/ou acontecimentos ocorridos na infância.


Mesmo nas pessoas que descrevem a sua infância como tendo sido “normal” e /ou feliz, no decorrer da terapia acabam por se surpreender com situações passadas na infância que não se recordavam e que na verdade estavam na origem da situação problema que querem resolver.

Por exemplo: Uma cliente chegou ao consultório com a queixa de que não conseguia ter bons resultados nos exames da faculdade pois ficava sempre muito ansiosa durante os exames e não conseguia resolver os exercícios propostos, no entanto fora do contexto de avaliação era capaz de os resolver com bastante sucesso. Antes de iniciarmos o processo terapêutico a cliente associava o facto a um antigo relacionamento que não correu bem e que a estaria a afectar devido ao facto do seu ex-parceiro a diminuir em relação às suas capacidades. Em relação á sua infância dizia que não se lembrava de nada antes dos seus 12/13 anos. Assim iniciou-se a sessão e qual não foi o espanto da cliente quando deu por si a relembrar acontecimentos de quando deveria ter uns 6 anos e a sua mãe a recriminava por ter feito mal os trabalhos de casa e lhe disse que ela nunca ia conseguir ser ninguém na vida e que não iria chegar longe. E foram essas as palavras responsáveis para que inconscientemente a cliente instalasse uma crença negativa de si própria, o que veio a afectar a sua auto-estima e autoconceito durante todo o seu crescimento e desenvolvimento pessoal e afectivo. Depois de resolvidos os bloqueios causados pelo incidente referido a cliente finalmente conseguiu passar na cadeira á qual já tinha reprovado por três vezes e começou finalmente a acreditar que era capaz e forte para conseguir terminar a sua licenciatura.

Este é um bom exemplo de que um trauma não tem de ser necessariamente um acontecimento violento ou uma ameaça à integridade física, pois as ameaças à integridade psicológica são igualmente ou até mais perigosas e causadoras de grandes danos na vida das pessoas. E também nos demonstra o poder do acreditar e a força que as palavras e as crenças que temos podem ser ao mesmo tempo impulsionadoras ou limitantes.

Deste modo uma das grandes vantagens de usar o EMDR na terapia com crianças prendesse com o facto de que as suas memórias e eventos ainda estarem suficientemente presentes e deste modo não se terem ainda consolidado em crenças negativas a seu respeito, sendo por esse motivo também mais rápidas de curar, dando assim a possibilidade de que se tornem adultos equilibrados e sensatos a nível pessoal e interpessoal.

Contudo os eventos referidos não têm de ser necessariamente frases que lhes tenham sido ditas directamente, podem ser conversas que ouviram e que interiorizaram como sendo para si, sentirem-se culpadas pelo divórcio ou pelas discussões entre os pais, não conseguirem ou não se sentirem aceites pelos pares, enfim existe todo um mundo de possibilidades que podem levar uma criança a instalar falsas ideias e juízos de valores em relação a si própria que a longo prazo se podem vir a revelar incapacitantes e causadoras de muito sofrimento (que muitas vezes as pessoas não sabem explicar de onde vem).


Deste modo se todos começarmos a entender as terapias e a psicoterapias como a possibilidade de nos reencontrarmos, descobrirmo-nos e acima de tudo conhecermo-nos deixando de lado a Crença Negativa de que “os Psicólogos são só para os malucos”, todos ficamos a ganhar. A começar sempre por quem tem a Coragem de ir conhecer a pessoa que aparece reflectida no espelho em sua frente.





1 comentário:

  1. Sempre me achei uma pessoa perturbada por alguma coisa, embora não soube-se o que, e ninguém me consegui explicar o que seria! Já tinha feito terapias, mas nunca resultava! Entrava em depressão constantemente, medicação a trás de medicação e a nada, só a minha vida a passar diante dos meus olhos, sem a consegui viver.
    Submeteram-me ao EMDR, nunca acreditei que pudesse resultar, para mim era um caso perdido….
    Esta terapia ajudou-me a ver e entender a pessoa que eu era, e o porque de ser assim… entre muitas lágrimas e poucas palavras entendi.
    Existem acontecimentos na nossa vida; em tempos que nós ainda éramos um feto, que nos marcam para toda a vida… e após a nascença as palavras ditas por alguém que não desejou a nossa vinda ao mundo, pode magoar e traumatizar tanto que não deixa que sigamos e triunfemos na vida… Sentimentos que ficam escondidos uma vida toda!
    Esta terapia, ajudou-me a reviver situações da minha vida que nem me lembrava que tinham acontecido, e ao “passar” novamente por elas percebi de onde vinha a amargura, a tristeza, a falta de amor-próprio, angustia, a raiva…
    Não me tornou uma pessoa melhor, não… continuo a ter os meus atritos comigo mesma… mas ajudou-me e muito a avançar e ultrapassar etapas da minha vida, que nunca tinha conseguido até então… no fundo tornou-me mais forte, e a perceber que o bom e o mau faz parte da felicidade! E a felicidade são as pequenas coisas que temos e nunca damos o devido valor….

    ResponderEliminar